Entre paredes do ofício e o murmúrio do tempo,
Ergue-se tua figura, esplendor sem intento.
És farol em mar calmo, guia de um navegar,
Na vastidão da rotina, é impossível não te olhar.

No profissional, tua maestria resplandece,
Cada palavra proferida, o ambiente enriquece.
És o verbo que conduz, a lógica que clareia,
Na trama da excelência, tua presença permeia.

Mas além do labor, há algo que me inquieta,
Tua risada branda, tua alma discreta.
No gesto casual, vejo um mundo inteiro,
De sonhos e sorrisos que guardo em meu peito primeiro.

E no silêncio que me prende, há uma chama oculta,
Um desejo sutil, uma paixão que se insinua.
Tua voz ecoa como música em melodia,
Teu olhar, um mistério que desafia o dia.

Ah, quem dera tocar a pele que não se oferece,
Sentir o calor do afeto que não se confesse.
Mas na distância segura de meu olhar contido,
Vivo a plenitude de admirar-te em segredo.

Seja no mundo do trabalho, no pessoal ou no sensual,
És arte e encanto, um poema imortal.
E mesmo que o desejo seja como chama fugaz,
Te admirar, de longe, é paz que jamais se desfaz.