as influências dessas histórias ancestrais requer um delicado processo de introspecção e reconhecimento. Soraya, ao nascer em 1966 em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, foi acolhida em um seio familiar complexo e cheio de histórias não ditas.
A chegada de Soraya trouxe questionamentos para seus irmãos, que se intrigavam com o novo membro da família Aviaras. Com um pai austero, respeitado por sua representação da lei, e uma mãe amorosa e sábia, Soraya cresceu em um ambiente de contrastes.
A história da família é marcada pela força das mulheres. A avó paterna, dona Frida, de origem alemã, era uma matriarca rígida, controlando até os casamentos de seus filhos para manter a honra da família paulista. Seu marido, embora militar, era um homem de coração aberto, cujo afeto era compartilhado com outras mulheres, intensificando a severidade de dona Frida.
Por outro lado, os avós maternos de Soraya ofereciam um contraste. A avó, uma mulher forte do interior de São Paulo, lutava contra preconceitos e protegia sua única filha biológica, além de criar uma menina adotada para ajudar uma amiga. O avô, um homem alegre e espiritualizado, amava sua filha, mas decidiu formar outra família, revelando a complexidade das relações familiares.
Para Soraya, entender e curar essas raízes invisíveis exigirá aceitação sem julgamentos e uma homenagem respeitosa às suas ancestrais. Ela precisará reconhecer as batalhas e os ciclos de sua linhagem para libertar-se e avançar. Esse processo de cura começa com o entendimento das histórias que influenciaram sua existência, permitindo que Soraya possa honrar e, ao mesmo tempo, liberar essas memórias, construindo sua própria narrativa de força e resiliência.